Louvores

domingo, 27 de julho de 2014

OS TORMENTOS DO DIVÓRCIO

INTRODUÇÃO

 

          O texto de Gênesis 2.24 é bem contundente. Adão acabara de receber Eva das mãos de Deus, e a cena ilustra uma verdadeira cerimônia de casamento. O noivo recebe a noiva e o juiz institui a união. Este versículo revela que o Criador foi o oficiante do mais importante pacto entre os seres humanos. Esta é palavra-chave para o entendimento da indissolubilidade do casamento: Pacto.

         O matrimônio é, em extremo, uma instituição sagrada, e deve ser honrado por todos (Hb 13.4). Tanto assim que o Criador Bendito passeava pelo Éden na viração da tarde, uma vez que dialogava, buscava bons momentos e mantinha comunhão com Adão e Eva — o primeiro casal, unido pelo Todo-Poderoso nos santos laços do casamento (Gn 3.8; Mc 10.6-9).

           O assunto é tão sério que, na Bíblia Sagrada, o Senhor compara o Seu relacionamento com a Igreja através da analogia de um casamento (2Co 11.2; Ef 5.22-32). E neste não pode haver divórcio, tampouco o segundo casamento!...

 

 

1. MONOGAMIA

 

          Monogamia é o estado conjugal em que cada pessoa tem um só cônjuge de uma vez. O casamento é uma instituição divina cujo abrange tanto a vida espiritual como a vida social. A monogamia foi o sistema de união instituído por Deus desde a criação: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez. E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mt 19.4-6; cf. Gn 2.24). Portanto, a lei da Escritura é: um homem para uma mulher!

 

 

2. POLIGAMIA

 

 

            Nunca foi a vontade de Jeová aos homens. Mesmo Davi com muitas mulheres e concubinas (2Sm 5.13-17), e Salomão, possuidor de setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas (1Rs 11.3) pagaram um alto preço por tal desobediência. Este recebeu o aviso do Senhor: “Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses” (1Rs 11.2); por conseguinte, não deu ouvido à voz do Senhor, morrendo na prostituição e na idolatria. Aquele sentiu o juízo de Deus em sua casa através da espada, da vergonha e do incesto (2Sm 16.7-12; 12;13).

           A Lei de Moisés proibia a poligamia: Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie (Dt 17.17). No Novo Testamento a monogamia continua em vigor: Por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido (1Co 7.2).

 

 

 

3. A LIBERAÇÃO DO DIVÓRCIO NO BRASIL

 

 

            A Igreja Católica Romana era a mais ferrenha adversária da disponibilização do divórcio no Brasil. O quarto presidente da Ditadura Militar, protestante da Igreja Luterana, Ernesto Geisel, levou à Câmara dos Deputados em Brasília, o projeto de abertura política na autorização do divórcio, em julho de 1977. Necessitavam-se 212 votos para a aprovação do requerimento. Logo, 226 congressistas votaram e aprovaram a lei do segundo casamento, somando-se 14 votos a mais do que o necessário; enquanto 159 a reprovaram. A liberação foi oficialmente publicada em dezembro de 1977. No país, o primeiro divórcio ocorreu em Fortaleza (CE), em janeiro de 1978. O que o brasileiro conseguia no máximo era o desquite – separação judicial – mas, a jurisdição, não permitia a efetuação de união civil à pessoa que já esteve casada. Nisto, o Brasil sai na frente dos países-fronteiras: Paraguai, Chile, Bolívia e Argentina.

           Os governos pensam que mudam as ordenanças de Deus, porém certa vez, Jesus bradou: Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido (Mt 5.18). A sentença dolorosa de Jeová permanece sobre os eminentes rebeldes: Ai dos que decretam leis injustas... Mas que fareis vós no dia da visitação, e na desolação, que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória, sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre mortos? Com tudo isto a sua ira não cessou, mas ainda está estendida a sua mão (Is 10.1,3,4).

 

 

 4. A BÍBLIA CONDENA O DIVÓRCIO E O SEGUNDO CASAMENTO, ESTANDO UM DOS CÔNJUGES VIVO 

 

Marcos 10.9,11,12 — Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.

 

Lucas 16.17,18 — É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei. Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.

 

Malaquias 2.14,15 — O SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança... Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.

 

1Coríntios 7.10,11 — Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

 

1Coríntios 7.39 — A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.

 

Romanos 7.1-3 — “Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

 

 

5. MATEUS 19.9 APROVA O DIVÓRCIO E A REALIZAÇÃO DO SEGUNDO CASAMENTO, MESMO SE UM DOS CÔNJUGES ESTIVER VIVO, CASO HAJA OCORRIDO ADULTÉRIO?

 

          O texto supracitado, diz: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

            Não há aprovação de Cristo para o divórcio e o novo casamento nessa passagem. Jesus quis-nos dizer que Moisés, e não Deus, permitiu a carta de divórcio por causa “da dureza de coração” do povo (Mt 5.31,32; 19.8; Mc 10.5). Se um israelita casasse e percebesse que a parceira havia sido infiel, passando-se por virgem, era-lhe permitida a carta de divórcio, pois houve fornicação (sexo antes do casamento), quebrando a fidelidade ao futuro cônjuge: Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa (Dt 24.1). Assim, Cristo advertiu que a pessoa tem o direito de repudiar – abandonar, separar legalmente do cônjuge, caso descubra um ato de traição por meio da prostituição, sem, contudo, casar com outro. O contexto esclarece: “... [aquele que] casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9). Por essa razão, os discípulos se assombraram a ponto de expressar que melhor seria o homem não contrair matrimônio: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar (Mt 19.9). Jesus, porém, disse-lhes: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido (Mt 19.10). Isto, porque, mesmo após uma traição, o homem deve permanecer na mesma condição de um solteiro: sozinho! Se, num caso desses, Jesus permitisse um novo casamento, não haveria espanto da parte dos discípulos, visto que achariam normal coabitar com outra mulher. Houve perplexidade a ponto de manifestarem a continuidade da vida de solteiro, já que não poderiam casar novamente. Há texto mais claro que esse?!

         Na passagem paralela de Marcos 10.11,12, Jesus assevera: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera. Paulo aconselha que numa situação de traição — infidelidade mediante a prostituição, igualmente explica Mateus 19.9 — “a mulher não se aparte do marido”, também, em caso de abandono, é dito: “Se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão” (1Co 7.15); entretanto, exprimiu: mas, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie (1Co 7.10,11), pois, enquanto viverem, um está ligado ao outro (1Co 7.39). O novo casamento só é liberado com o falecimento de um dos cônjuges, logo, ficará livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor (1Co 7.39). De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido (Rm 7.3), e não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos... nem os adúlteros... herdarão o reino de Deus (1Co 6.9,10).

         A Bíblia interpreta a própria Bíblia: “Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali” (Is 28.13). As passagens de difícil interpretação nas Escrituras Sagradas, como Mateus 19.9, devem ser interpretadas à luz de textos bíblicos do mesmo assunto, cuja clareza iluminará e explicará as dificuldades de passagens obscuras, e não separar um texto bíblico obscuro e fazer dele um baluarte a fim de apoiar o divórcio. Mais de 12 versículos, em 5 livros do Novo Testamento, proíbem, sem rodeios, o divórcio para a feitura de uma nova união. Deus não pode mentir (Tt 1.2). Ele não mudou, “pois o Senhor Todo-Poderoso de Israel diz: — Eu odeio o divórcio; eu odeio o homem que faz uma coisa tão cruel assim. Portanto, tenham cuidado, e que ninguém seja infiel à sua mulher” (Ml 2.16 – NTLH). Portanto, a realidade de Mateus 19.9 é outra, e ponto final!

 

 

6. O DEVER DE PERDOAR

 

             Em ocorrência de adultério, caso um deles não queira ficar sozinho, a fim de não deturpar a Palavra de Deus, porquanto não poderá casar-se novamente enquanto o consorte viver (Mc 10.9-12; Rm 7.1-3; 1Co 7.10,11,39), ainda há a chance de um perdoar o outro e tudo se normalizar (Mt 6.14,15).

            Mesmo diante da infidelidade de Israel, Deus o atraiu com Seu amor eterno (Jr 31.3). Nosso Senhor, por incondicional amor, chamou Seu povo, estando este em adultério (Jr 3.1), e ainda revela Seu amor em perdoar os constantes pecados da humanidade.

          A atitude do marido ou da mulher traída deve ser, antes de tudo, perdoar. O divórcio não é uma carta branca para guardar mágoa, ira, ressentimento, nem tampouco casar-se de novo, uma vez que irá contra a vontade do Altíssimo. independentemente da atitude a se tomar, o consorte traído é obrigado por Deus a perdoar (Mt 18.32-33).

 

 

 

7. SEGUNDO O IBGE, EIS OS NÚMEROS DE DIVÓRCIOS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS ANOS

 

 

Ano - Divórcios no Brasil

1995 - 98.776

1996 - 95.095

1997 - 104.307

1998 - 105.252

1999 - 121.933

2000 - 121.417

2001 - 122.791

2002 - 126.503

2003 - 135.564

2004 - 130.527

2005 - 150.714

2006 - 162.244

2007 - 152.291

2008 - 153.811

2009 - 139.641

2010 - 179.866

2011 - 274.047

2012 - 341.600

 

 

 

 8. CAUSAS PARA O DIVÓRCIO

 

 

          1) Causa do divórcio: Televisão. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), atuante em 26 países e Caribe, relatou que as novelas são as principais causadoras de separações e divórcios no Brasil, pois sempre há casos de traições e infidelidades entre as protagonistas femininas encerrando com o divórcio.

            Prevenção do divórcio: Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim (Sl 101.3). Não porás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema, assim como ela; de todo a detestarás, e de todo a abominarás, porque anátema é (Dt 7.26).

 

       2) Causa do divórcio: Infidelidade. Isto é, ato e ação de ser infiel a mulher ou ao marido. Diante da humanidade transgressora e dos manjares de Satanás, muitos não retêm a fidelidade ao cônjuge.

           Prevenção do divórcio: O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido (1Co 7.3). Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade (Ml 2.15).

 

          3) Causa do divórcio: Erotização do ambiente. Ou seja, através das propagandas, revistas, jornais, comerciais, painéis, programas de televisão, internet, roupas curtas e escandalosas, vestes decotadas ou que mostram partes íntimas, etc. São coisas que incitam o sexo e faz o divórcio entrar nos lares.

         Prevenção do divórcio: Fiz um concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? (Jó 31.1). Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas (Ap 3.18).

 

          4) Causa do divórcio: Crises econômicas. Daí vem o desejo de arrumar um cônjuge supridor de todas as necessidades econômicas.

          Prevenção do divórcio: No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra (Gn 3.19). O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp 4.19).

 

         5) Causa do divórcio: Falta de comunicação.

          Prevenção do divórcio: Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade (Rm 12.13). Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo (Gl 6.2).

 

           6) Causa do divórcio: Crença dos adultos de que o divórcio é melhor para a toda a família do que viver num matrimônio em crise.

           Prevenção do divórcio: E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mc 10.8,9). Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também (Cl 3.13).

 

9. OS FRUTOS DO DIVÓRCIO

 

           Gálatas 6.7 ressalta: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. O apóstolo Paulo nos apresentou a Lei da Semeadura e da Sega. Os pecados cometidos pelos humanos são cognominados “sementes”. As consequências dos atos serão funestas e denominadas de “ceifas”.

            Numa família em que o divórcio ocorreu, nunca mais as vidas do pai, mãe e filhos serão iguais. Rompeu-se a aliança. O segundo casamento (sendo um dos consortes vivo) não está no propósito Deus. Aquilo que o Senhor instituiu no Éden, pela falta de temor, amor e perdão, foi revogado. Segundo os psicólogos e pesquisadores:

 

        1 - As consequências do divórcio sobre a família: 

        Em entrevistaconcedida a “O Estado de São Paulo”, a coordenadora do Programa da Família das Nações Unidas, Renata Kaczmarska, que esteve no Brasil para celebrar o 20.º Ano Internacional da Família, fez uma declaração interessante. Indagado a ela se considera o divórcio um problema, respondeu: É um problema na medida em que tem impacto sobre as crianças. Um dado comprovado é que os filhos de um casal que se divorciou também têm grandes chances de se divorciar, talvez por eles não terem tido um bom modelo de família. E o divórcio também afeta a estabilidade, porque há mais chances de pobreza quando há só um provedor no lar.

 

           2 – As consequências do divórcio sobre a mulher:

a) Risco de suicídio;

b) Entrega-se aos vícios da bebida e fumo;

c) Diminuição da saúde e da perspectiva de felicidade na vida pessoal;

d) Aumento da possibilidade de sofrer transtornos mentais.

 

             3 – As consequências do divórcio sobre o homem:

a) Seis vezes o aumento de problemas psíquicos;

b) Risco de suicídio;

c) Entrega-se ao alcoolismo;

d) Muitos se tornam usuário de drogas;

e) Morte por câncer ou enfermidades cardiovasculares;

f) Sofre mais conseqüências psicológicas e físicas do divórcio do que as mulheres;

g) Separação dos familiares;

h) Não consegue conservar a custódia dos filhos.

 

            4 - As consequências do divórcio sobre os filhos:

a) Problemas emocionais habituais: dificuldade nas relações pessoais, baixa auto-estima, problemas de atitude, falta de maturidade, etc.;

b) Mentem com frequência, tem baixo rendimento, negam a responsabilidade por seus atos e apresentam dificuldade de concentração. Além disso, são resistentes às terapias tradicionais para curar estes problemas;

c) Menor nível educacional e, portanto, menores níveis de emprego e de perspectivas futuras;

d) Maior promiscuidade sexual;

e) Aumento de gravidezes e/ou de abortos em adolescentes;

f) Menor estabilidade no relacionamento com o outro sexo: se divorciam mais ou optam por não se casar;

g) Maior consumo de álcool e drogas;

h) Adoção de condutas de risco: violência, dirigir em alta velocidade, esportes ou passatempos perigosos, amizades violentas, etc.;

i) A despeito de os pais estarem preocupados em reconstruir suas próprias vidas (econômica, social e sexual), as crianças são abandonadas emocionalmente logo após o divórcio; conseguintemente, sofrem traumas e perdem a perspectiva de vida.

 

 

10. ESTATÍSTICAS DE DIVERSOS PAÍSES SOBRE OS EFEITOS TRÁGICOS DIVÓRCIO

 

1 - No Brasil:

 

a) Segundo o IBGE, houve, em 2007, 91.743 separações judiciais e 152.291 divórcios. Porém espantosamente, em 2012, houve 1.604 separações judiciais e 341.600 divórcios em solo brasileiro. O que isso representa? Simplesmente, o aumento do mal, da iniquidade e a falta de amor no mundo (Mt 24.12; 2Tm 3.13). As coisas caminham de modo assombroso! O espírito do Anticristo quer desmoronar o projeto de Deus: a família (1Jo 4.3; Gn 2.21-24; Ef 2.2).

 

b) Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável de casais homossexuais. Ao passo que houve 343.204 separações e divórcios entre heterossexuais, em 2012, no Brasil. Qual seja, enquanto os homossexuais querem casar-se, em nítido contraste à vontade de Deus: uma autêntica abominação condenada pelas Santas Escrituras, visto que atenta contra o princípio estabelecido por Deus na criação do mundo: a união do homem e da mulher (Lv 18.22; Rm 1.26-28; 1Tm 1.9-11; 1Co 6.9-11), os heterossexuais (pessoas que sentem atração sexual apenas por indivíduos do sexo oposto) querem separar-se. Dá para entender? É a verdadeira inversão de valores – o mal é chamado de bem, e o bem é chamado de mal (Is 5.20). É a desestruturação da doutrina cristã no fim dos tempos. “Havendo-se corrompido como aqueles, e indo após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Jd v.7).

 

c) Em 2009, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) relatou uma pesquisa de 115 novelas, apresentadas na televisão, entre 1965 a 1999, no horário das 19h às 21h e percebeu que, na maioria delas, apareceram cenas de traições, infidelidades e divórcios mediante as protagonistas femininas. Isto fez o número de divórcios e separações crescerem no Brasil de 0,1 a 0,2% nos lares das mulheres de 15 a 49 anos.

 

 

2 - Nos Estados Unidos:

 

a) 75% dos jovens delinquentes violentos foram vítimas de violência dentro da família. 50% dos encarcerados provêm de famílias sem pai ou sem mãe. 60% dos reclusos por roubo, 72% dos jovens assassinos e 70% dos condenados à prisão perpétua cresceram em famílias sem pai.

 

b) Cerca de um milhão de crianças sofre o trauma do divórcio de seus pais.

 

c) 25% dos estadunidenses (entre 18 e 44 anos de idade) provêm de "famílias divorciadas". 40% dos adultos casados nos anos 90 chegaram ao divórcio.

 

d) 45% de novos casamentos terminam em divórcio. 60% dos que se casaram pela segunda vez chegam ao divórcio. e) Um de cada três crianças nasce de pais não casados.

 

 

3 – No Chile:

 

76% dos jovens encarcerados não contam com pais casados. 44% provêm de famílias instáveis e 64% provêm de gravidezes de adolescentes.

 

 

 

4 – Na Austrália:

 

Índices de 1999 mostram que as mulheres divorciadas têm 48% de risco de morte mais que as casadas, e 27% a possibilidade de sofrer transtornos mentais.

 

 

5 – Na Suécia:

 

50% dos matrimônios terminam em divórcio.

 

 

6 – Na Espanha:

 

10 a 12% dos matrimônios terminam em divórcio, porém somente 60% das mulheres espanholas se casam.

 

 

7 – No Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales):

 

Crianças com iguais situações econômicas, sociais e educacionais: 80% dos que apresentam condutas adequadas estão perto de seus pais biológicos e, somente, 4% dos que têm problemas de conduta vivem com seus pais.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

            Na escuridão deste mundo, o divórcio e, por consequência, a realização do segundo casamento, são vívidos sinais da vinda do Senhor Jesus (2Tm 3.1-8; Mt 24.12). E isso ninguém pode negar. Quem procura desestabilizar a família, arrancá-la dos moldes do Senhor e romper a aliança que Deus fez, sem dúvida, é Satanás — o Adversário e autor dos males e da perdição. A origem do casamento está no Altíssimo (Gn 2.18,21-23).

             Os males do divórcio são notórios nas vidas das pessoas. Bem proferiu alguém: Divórcio é igual engenho, só devolve o bagaço. Por quê? Porquanto o pacto foi rompido e o Senhor — fiel testemunha do casamento, foi menosprezado ostensivamente (Ml 2.14,15; Dt 4.32). Logo, por agora, tal ação parece direita; porém, o pior está por vir (Pv 14.12).

         O casamento, assim como o plano de salvação, é um pacto instituído por Deus; portanto, indissolúvel. O divórcio, o segundo casamento (a estar um dos cônjuges vivo) são obras do Maligno em grande escala neste mundo. Portanto “não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as” (Ef 5.11).

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

SACCONI, Luiz Antonio. Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa: comentado, crítico e explicativo. São Paulo: Nova Geração, 2010, p. 1403.

 

TONIATTI, Mariana. Conquista: 30 Anos de Divórcio no Brasil. Fortaleza – CE. Tribunal de Justiça do Estado do Ceará: 03 ago. 2007.

Disponível em: <http://www.direito2.com.br/tjce/2007/ago/3/conquista-30-anos-do-divórcio-no-brasil>. Acesso em: 16 jun. 2009.

 

Almanaque Abril: Brasil, 2000. 26.ª edição. São Paulo: Editora Abril, p. 341.

 

Almanaque Abril 2014. 40.ª edição. São Paulo: Editora Abril, p. 123.

 

TOLEDO, Fábio Henrique Prado de. Divórcio eleva a pobreza.

Disponível em: <http://www.portaldafamilia.org/artigos/divorcio-eleva-a-pobreza.shtml>. Acesso em 9 abr. 2014.

 

FOLHA DA MANHÃ, 04 fev. 2009. As Novelas e o Divórcio.

Disponível em: <http://www.adapostolica.org/modules/wfsection/article.php? articleid=578>. Acesso em: 16 jun. 2009.

 

MUJER NUEVA. O divórcio, amigo ou inimigo?

Disponível em: <http://www.portaldafamilia.org.br/artigos/artigo204.shtml>.Acesso em: 16 jun. 2009.

 

 

terça-feira, 15 de julho de 2014

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO




 

INTRODUÇÃO
            A salvação eterna é uma dádiva, um presente dos Altos Céus a todos os perdidos, trazido pelo Salvador Jesus Cristo: Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido (Mt 18.11). Porém o Batismo no Espírito Santo é um revestimento sobrenatural de poder celestial. Esta virtude divina ingressa o crente numa profunda vida de adoração, de capacidade para a Vinha do Senhor e para testificar Cristo com unção e autoridade.
 
1. O QUE É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
            A palavra batismo significa “mergulhar, afundar, imersão”. Há um rio que emana do trono de Deus (Sl 46.4) com a presença do Santo Espírito (Ap 4.5), cujo é simbolizado como “sete Espíritos de Deus”. Os sete Espíritos de Deus representam a plenitude das operações do Espírito do Senhor na Igreja (cf. Is 11.2). Jesus ressaltou sobre os “rios de águas vivas” quando ensinava a doutrina do Espírito Santo (Jo 7.38,39). Face ao exposto, o Batismo no Espírito Santo é o mergulho do crente no poder, na graça, na plenitude, na unção do Espírito de Jeová, a fim de receber poder para testificar o Senhor Jesus Cristo e vencer todas as obras malignas. mediante a imersão no rio que flui pelo Espírito Divino. Na conversão recebemos vida de Deus (Jo 10.10); já no Batismo no Espírito Santo há um concedimento de poder sobrenatural em todas as áreas do cristão (At 2.4; Lc 10.19).
 
2. OS NOMES DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
            Vários nomes na Palavra de Deus revelam a experiência dessa extraordinária graça. Dentre os quais:
            a) Unção (1Jo 2.20), pois da mesma maneira que os profetas (1Rs 19.16), os sacerdotes (Ex 40.13-15) e os reis eram ungidos (1Sm 10.1; 16.13), a serem separados, cada um à sua função, o Divino Espírito há de separar os servos de Cristo ao Seu decreto, à Sua obra, ao Seu chamado, à Sua missão…
            b) Virtude (At 1.8), visto que o crente transbordará de poder.
         c) Promessa do Pai (Lc 24.49), porque o derramamento do Espírito foi prometido desde o Antigo Testamento (cf. Jl 2.28,29).
            d) Dom (At 2.38), portanto, é dávida, é gratuito, basta crer para receber (Lc 11.13; Mc 9.23).
         e) Selo (Ef 1.13), cujo confirma propriedade. Isto é, através dessa bênção, o cristão passa a ter mais certeza de sua salvação, ao saber que o Espírito Santo a confirmou, quando derramou uma virtude que quaisquer homens da terra não podem derramar; ela vem do Alto! Com efeito, através do “selo da promessa”, o salvo dá muito mais valor à salvação.
 
3. A EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
            As línguas estranhas são as provas de que a pessoa recebeu o dom celeste. Isto chama-se glossolália: “fenômeno divino que dá a capacidade de um crente falar línguas desconhecidas”. Jesus disse: “Em meu nome falarão novas línguas” (Mc 16.17). As línguas, então, nesse ponto, provam se houve, realmente, o Batismo no Espírito Santo. Alguém pode pular, chorar, gritar de emoção, bater palmas, enfim… Mas se não falar noutras línguas não recebeu a Promessa do Pai. Desta forma sucedeu onde essa promessa se cumpriu; exemplos: Nos 120 crentes presentes no dia de Pentecostes (At 1.14,15; 2.1-4); na casa de Cornélio (At 10.44-46), mediante o apóstolo Pedro; em Éfeso (At 19.1-6), por meio do apóstolo Paulo. Logo, em todos esses casos, as línguas estranhas estiveram presentes, provando, assim, que são a evidência do Batismo no Espírito Santo.
 
4. CONCEPÇÕES ERRÔNEAS SOBRE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
            Muitos têm um entendimento errado a respeito da promessa de Jesus. O Batismo no Espírito não é:
            1. Alegria: O crente tem em si a “alegria da salvação” (Sl 51.12). O Reino de Deus, o qual o cristão morará, proporciona-lhe contentamento, pois lá é alegria no Santo Espírito (Rm 14.17). Igualmente, é normal haver alegria pela salvação de uma alma, porque se os anjos festejam (Lc 15.7), quanto mais nós, os homens (Jo 17.13). Portanto, o Batismo no Espírito não é alegria.
            2. Salvação: Os discípulos, antes do Pentecostes, já eram limpos pela Palavra (Jo 15.3), já participavam da Ceia do Senhor (Mt 26.26-29), já tinham seus nomes no Livro da Vida (Lc 10.20), neles estava o Espírito Santo (Jo 20.22); todavia, não haviam recebido a promessa de um poder sobrenatural que os capacitaria para serem “testemunhas de Jesus até os confins da terra” (At 1.8). Logo, para o Batismo no Santo Espírito é para os salvos, e não para salvação.
            3. Santificação: Esta é um ato posicional – pois nos põe diante do mundo como embaixadores de Cristo (2Co 5.20), revelando a nossa separação do pecado (1Pd 1.15,16). É um ato que deve ser cultivado e crescente na vida de cada cristão: “Quem é santo, santifique-se mais ainda” (Ap 22.11). Já o Batismo no Espírito Santo é o bendito dom dos altos céus! Recebemo-lo apenas uma vez (At 10.44,45).
 
5. QUAL SERÁ ENTÃO A FINALIDADE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?
Dentre as muitas finalidades, temos:
            1. Capacidade: Depois de revestidos do poder do Alto no dia de Pentecostes (At 2.4), os discípulos se puseram em pé na presença de Deus (At 2.14) prontos para enfrentar tudo e serem usados por Cristo; assim: a Promessa do Pai impactou a Igreja para crescer (At 2), as portas dos milagres foram abertas (At 3), o Senhor concedeu amor e comunhão (At 4), o dom do Espírito foi concedido aos samaritanos (At 8 ) e aos gentios (At 10). Cristãos foram mortos, como exemplo Estêvão e Tiago (At 7 e 12), mas não negaram a fé! Por conseguinte, o Batismo no Espírito coloca o cristão em pé com coragem para proclamar o Evangelho sem temerosidade “até os confins da terra” (At 1.8)! Só com esse Poder do Alto a Igreja é forte na evangelização, na oração, na pregação, na batalha contra o mal; e Deus derrama chuvas de graça sobre os convertidos!
            2. Aprofundamento espiritual: As línguas estranhas, sendo a evidência física e inicial do Batismo no Espírito Santo, têm uma grande finalidade na vida do salvo. Pouco imaginamos os que elas representam para nós. Primeiro, é uma linha direta com Deus (1Co 14.2) com a qual se fala com o Senhor sem interrupção! Segundo, é um meio de glorificar as lindas e magnificas obras do Criador – , de contar espiritualmente os prodígios e livramentos operados por Deus (At 10.46). Finalmente, produz edificação ao falante. O cristão batizado no Espírito, ao falar outras línguas, edifica a si mesmo em todas as áreas de sua vida espiritual (1Co 14.4). Edificar é “se levantar, erguer-se, fundamentar-se; construir-se espiritualmente” na presença do Eterno!
 
6. COMO RECEBER PODER DO ALTO?
            1. Obediência à Palavra: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5.32).
            2. Busca incessante mediante a oração: “E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.9-13).
            3. Ter fé que se tornou um filho de Deus e pronto para receber essa promessa: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus, Nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
 
CONCLUSÃO
            Esta dádiva celestial está disposta a todos! O Batismo no Espírito Santo é para todos os que buscam o Senhor Jesus de coração. Segundo Atos 2.17, sabemos que a Promessa do Pai está disposta a todos:
* Toda carne - pessoas de quaisquer países do mundo;
* Filhos e filhas - Tanto para os homens quanto para as mulheres;
* Mancebos e velhos - Não há idade para receber o dom dos Altos Céus e falar em mistérios com Deus;
* Servos e servas - Não há importância da cor ou da classe social para ser selado pelo Divino Pai Eterno!
Por conseguinte, basta buscar e crer; deste modo, tornar-se-á uma testemunha poderosa de Jesus em todo o mundo!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ensina-nos a Orar



Introdução
 
           O que é a Oração? Segundo o Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade — CPAD, a palavra oração é proveniente do latim: orationem; isto é, prece dirigida pelo homem ao Seu Criador com o objetivo de: 1) Adorá-Lo como o Criador e Senhor de tudo quanto existe; 2) Pedir-Lhe perdão pelas faltas cometidas; 3) Agradecer-Lhe pelos favores imerecidos; 4) Buscar proteção e uma comunhão mais íntima com Ele; 5) Colocar-se à disposição de Seu Reino. A oração não pode ser uma arenga. Tem de ser caracterizada por pensamentos amorosos e profundos.
            Deus quer que nós mantenhamos um vínculo com Ele – uma comunhão; e esse vínculo é através da oração; a qual é um método praticado não somente no Cristianismo, mas desde os primórdios da humanidade, como, também, em outras religiões.
           Alguns israelitas utilizavam filactérios nas orações da manhã. Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10). Davi registrou no Livro dos Salmos muitas de suas orações, por exemplo, os Salmos 20 e 27. Jesus se retirava com frequência aos desertos e montes para orar (Lc 5.16; 6.12), inclusive, na noite em que foi preso, estava orando no Getsêmani (Mc 14.32). Os apóstolos Pedro e João tinham o costume de orar todos os dias às 3h da tarde, conhecida como “a hora nona”.
           A oração é um princípio vital na vida do cristão. Por conta disso, a Palavra de Deus responde a pergunta dos discípulos, cuja ainda ecoa a mais de dois mil anos: Senhor, ensina-nos a orar (Lc 11.1). Sem oração não se pode expulsar demônios, dentre tantas outras coisas.  
 
 
1. Os elementos da oração
 
            A oração pode ser dirigida de acordo com estas descrições bíblicas. Portanto, nela, pode-se incluir:
 
            1) Confissão. Um exemplo clássico é o Salmo 51. Deus conhece tudo, e nada está oculto aos Seus olhos; por isso, precisamos confessar tudo a Ele. Quando nos confessamos, estamos demonstrando que estávamos cientes dos fatos; porém, agora, arrependidos.
 
            2) Adoração (Sl 95.6-9). Adorar é simplesmente reconhecer tudo o que Deus é, e o que Ele tem feito.
 
            3) Comunhão (Sl 103.1-8). Comunhão é a associação com uma pessoa, envolvendo amizade e participação em seus sentimentos, em suas experiências e em sua vivência.
 
             4) Gratidão (1Tm 2.1). Faz parte da oração dar graças a Deus, pelo favor imerecido que recebemos d’Ele.
 
            5) Petição pessoal (2Co 12.8). Paulo orava para ser livre de um espírito que o esbofeteava. Nós, também, devemos pedir segundo as nossas necessidades. Jesus disse que não devemos estar inquietos com o que vamos vestir e comer, mas não expressou que não devemos orar e pedir tais coisas. Orar para tal finalidade é dever, pois o Senhor ouve e concede (Fp 4.19).
 
            6) Intercessão pelos outros (Rm 10.1). Muitas pessoas precisam de oração, e não sabem. Cabe a nós, cristãos, orar pela família, pelos vizinhos, dentre outras pessoas próximas ou distantes, conhecidas ou estranhas. Assim como um dia alguém intercedeu por nossas vidas, também devemos interceder pelas dos outros.
 
 
2. Condições para a oração ser atendida
 
            A Palavra de Deus revela os requisitos para uma oração ser atendida. Ei-los:
 
           1) Fé (Hb 11.6). É inútil uma oração sem fé, porque é necessário que todo aquele que se aproxime de Deus, creia que Ele exista — declara o versículo suprarreferido. A fé é um requisito essencial para aproximar-se de Deus e ser aceito por Ele. Qualquer pessoa que busque o Seu socorro tem de crer em duas coisas: o Senhor existe, e é galardoador dos que O buscam.  
 
           2) Submissão à vontade de Deus (1Jo 5.14,15). Submeter-se à vontade de Deus é confiar, sem restrições, em Sua provisão. Cada promessa que Deus cumpre gera-nos mais confiança; com efeito, inspira e dá fervor às orações. 
 
           3) Orar em Nome de Jesus. Essa é a condição fundamental para a oração ser atendida. Leia João 16.23,24. Note que tais versículos mostram que a nossa comunhão com Deus, em nome de Jesus, opera em dois sentidos: Primeiro, quando a Ele pedimos; e, segundo, quando nos dá o que Lhe pedimos.
 
Muitos terminam suas orações com a conhecida expressão: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Não que seja pecado (ou coisa semelhante), mas isso está fora dos ensinos de Jesus, revelados em Sua Palavra. Chegamos a Deus somente por intermédio de Cristo: Ninguém vem ao Pai, senão por Mim... (Jo 14.6). As próprias sacras composições evangélicas da hinódia literorreligiosa ressaltam que Cristo é a única via de acesso de nossos rogos ao Deus-Pai, como exemplos: “Vem Tu, Verbo de Deus, fazer chegar aos Céus nossa oração” (Harpa Cristã 185); “Dirijo a Ti – Jesus, minha oração... Tu és meu Mediador, meu Rei e Salvador” (Hinário Aleluia 69). Portanto, a oração deve ser encerrada tão só em nome de Jesus: Tudo quanto pedirdes em Meu nome Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho (Jo 14.13).
 
           4) Os requisitos apresentados fazem a oração ser eficaz. Quer dizer, produzem os efeitos desejados; dão bons resultados – com certeza! O clamor sobe como incenso perante a face do Santo de Israel (Sl 141.2), que, ao sentir o cheiro agradável, envia a resposta pelo Seu eterno poder: seja salvação, seja cura no corpo ou na alma, seja perdão, seja vigor, seja livramento (Tg 5.15,16; Sl 6.9). A oração é um diálogo entre o crente e Deus, e não um monólogo, em que só o orador fala, fala sem parar. É preciso ficar atento à voz de Deus, pois Ele pode responder e as pessoas nem perceberem, pela falta da devida atenção à Sua resposta (Jr 33.3). As Santas Escrituras atestam: A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16b). Não há limites que detenham uma oração conforme a Palavra de Deus! Disse a Rainha Elisabeth – monarca da Inglaterra: “Tenho mais medo de um crente de joelhos do que todo o exército inglês”. Aleluia!
 
           5) Testificações do fervente clamor ao Criador Bendito. Existem muitas pessoas, devido à simplicidade, têm feito suas orações das mais diferentes maneiras, e têm sido atendidas; porém, uma coisa é indispensável: a fé! Muitos testificam a virtude do maravilhoso ato de orar:
 
           a) “Passo grande parte do meu tempo afinando meu coração para oração” (M’Cheyene);
 
           b) “A verdade é que, na oração, não as dádivas, mas as graças é que prevalecem. João, em prantos, conseguiu abrir o livro; e Daniel, pela oração, teve o segredo do rei revelado em visão noturna. A oração faz-nos conhecer mais o poder de Deus” (Trapp);
 
           c) “A oração é a chave da vitória. Consiste na manutenção do contato com o Criador. Ela é a fonte de socorro do homem que, em suas aflições, clama por Deus. É a comunhão dos filhos com o Pai Celestial” (Emílio Conde);
 
           d) “Em nossa oração constante devemos ser específicos como a viúva de Lucas 18. Ela, dia após dia, se dirigia ao juiz com o mesmo pedido. Nossas orações são muitas vezes bastante genéricas e sem meta” (Hebert Lockyer).
 
3. Erros que afetam a resposta da oração
 
           Antes de iniciar a oração é preciso estar plenamente convicto da resposta de Deus. Há alguns erros que afetam a resposta da oração, de maneira que, às vezes, ela nem sequer é ouvida. Veja alguns desses erros:
 
           1 – Vãs repetições. Falar, falar e falar palavras sem terem sentido; por isso, na verdade, se tornam vãs repetições e se assemelham às rezas do terço católico e aos mantras das religiões orientais. Rezar nunca foi e nunca será suplicar ao Senhor. Rezar, do latim recitare, significa fazer recitação; repetição de algo já produzido por outrem; dizer algo de cor. Isso nada tem a ver com a oração ensinada na Palavra de Deus, que é a elevação da alma e da vida aos braços do Pai Celeste, brotada através de palavras de um coração amesquinhado: Pelo que todo aquele que é santo orará a Ti, a tempo de te poder achar: até no transbordar de muitas águas... (Sl 32.6). Oração é derramar-se na presença do Todo-Poderoso: Ó Deus, Tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei: a minha alma tem sede de Ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água (Sl 63.1). As repetições impedem a resposta divina: E, orando, não usem de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos (Mt 6.7). Alguns, quando vão orar, levam até um relógio consigo para cronometrarem o tempo que “oraram”. Estes pensam que por muito falarem serão ouvidos... Os fariseus exploravam os necessitados sob pretexto de longas orações (Mt 23.14). A maneira certa é revelada pelo Senhor: E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo o vosso coração (Jr 29.13).    
 
           2 – Coração perverso. Outro erro é ter um coração perverso, obstinado e pensar que Deus está ouvindo as orações: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jr 17.9). Também: Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá (Sl 66.18). E mais: Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça (Is 59.2).
 
           3 – Não possuir sentido. Oração sem sentido é perda de tempo: E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? (Mt 7.9). Sem a especificação dos desejos pessoais, a oração não estará clara e objetiva. Diga a Deus se você quer pão ou pedra; deixe claro se deseja peixe ou serpente: seja direto, seja claro, seja objetivo; enfim, sem rodeios! E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis (Mt 21.22).
 
           4 – Pedir para fins depreciativos. Outro problema é pedir algo para fins depreciativos, isto é, para desvalorizar-se. É um tipo de oração sem sabedoria cujo cristão diminui a sua condição de filho de Deus, desconhecendo o grandioso poder do Altíssimo. Igualmente, quando pede, além de se menosprezar, não o faz para o Criador suprir as reais necessitadas, mas pôr as mãos d’Ele em coisas supérfluas, ou seja, desnecessárias: Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites (Tg 4.3). O que Deus dá é bom e enriquece-nos, sem efeitos colaterais, ou seja, consequências indesejadas: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do Alto, descendo do Pai das Luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17). Finalmente: A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores." (Pv 10.22).
 
Conclusão
 
           A oração é muito importante e liga-nos de maneira estrita a Deus. Sendo assim, não podemos realizá-la de qualquer maneira, ou, então, Jesus nos dirá: “Servo mau e negligente” (Mt 25.26).
            No estudo em apreço, pudemos compreender um pouco do universo da oração e do diálogo com Deus. Lembrando que a oração não é para persuadir o Senhor a fazer nossa vontade, mas, sim, colocar a nossa vontade em sintonia com a d’Ele!   
           A oração é se entregar, sem restrições, à vontade soberana de Deus.
           É preciso orar para estar dentro dos planos de Deus e da Sua perfeita vontade: Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual, para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus (Cl 1.9,10). Veja Romanos 12.2.
 
           Contudo, não se esqueça: a oração não é tudo o que você pode fazer, porém uma das coisas mais importantes para a vida do cristão. 
 
Glossário
 
Arenga: Discurso fastidioso, isto é, que causa fastio, aborrecimento ou enfado; enfadonho; palavrório.
 
Vínculo: Sentido Fig. – Relação forte de sentimentos; relacionamento; ligação; elo
 
Primórdio: Princípio; começo; o que se organiza primeiro.
 
Vital: Relativo ou necessário à vida; absolutamente necessário; essencial; fundamental; indispensável.
 
Requisitos: Condições necessárias, fundamentais; quesitos.
 
Ei-los: Eis eles; olhai eles; eis os; olhai os.
 
Suprarreferido: Referido, mencionado acima ou anteriormente; supracitado; sobredito.
 
Galardoador: Aquele que recompensa, que retribui, que glorifica, que honra a alguém por relevantes serviços prestados.
 
Sacras: Santas; sagradas.
 
Hinódia: Conjunto de hinos inspirados da Igreja.
 
Literorreligiosa: Relativo à literatura e à religião cristã, aos escritos usados pelos cristãos fervorosos, ao mesmo tempo, no decorrer dos anos.
 
Monarca: Governante, soberano de autoridade constitucional que reina em um país.
 
Mantra: Fórmula verbal tida como sagrada no Budismo e no Hinduísmo, que se acredita, repetindo-a, há recebimento de poderes sobrenaturais.
 
Amesquinhado: Apequenado; humilhado; diminuído; apoucado; rebaixado; enfraquecido.
 
Obstinado: Inflexível; irredutível; relutante; teimoso; resistente; cabeça-dura; que não cede a argumentos, considerações ou reflexões por mera pirraça e/ou ignorância; difícil de controlar ou dominar.
 
Estrita: Completa; absoluta; exata; rigorosa.
 
Em apreço: Em questão; em pauta.