1) As Origens do Futebol
a) Origens do futebol na China Antiga. Na China antiga, por volta de 3.000 a.C., os militares chineses praticavam um jogo que, na verdade, era um treino militar chamado tsu-chu. Após as guerras, formavam equipes para chutar a cabeça dos soldados inimigos. Com o tempo, as cabeças dos inimigos foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo. Formavam-se duas equipes com oito jogadores, e o objetivo era passar a bola de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas estacas fincadas no campo. Estas estacas eram ligadas por um fio de cera; deste jeito, era praticado o tsu-chu.
b) Origens do futebol no Japão antigo. No Japão antigo, foi criado um esporte muito parecido com o futebol atual, chamado kemari. Praticado por integrantes da corte do imperador japonês, o kemari acontecia num campo de aproximadamente 200 metros quadrados. A bola era feita de fibras de bambu, e, entre as regras, o contato físico era proibido entre os 16 jogadores (8 para cada equipe). Historiadores do futebol encontraram relatos que confirmam o acontecimento de jogos entre equipes chinesas e japonesas na antiguidade.
c) Origens do futebol na Grécia e em Roma. Os gregos criaram um jogo por volta do século I a.C., que se chamava episkiros. Neste jogo, soldados gregos dividiam-se em duas equipes de nove jogadores cada e jogavam num terreno de formato retangular. Na cidade grega de Esparta, os jogadores — também militares — usavam uma bola feita de bexiga de boi cheia de areia ou terra. O campo onde se realizavam as partidas, em Esparta, era bem grande, pois as equipes eram formadas por 15 jogadores. Quando os romanos dominaram a Grécia, entraram em contato com a cultura grega e acabaram assimilando o Episkiros; porém, o jogo tomou uma conotação muito mais violenta.
d) O futebol na Idade Média. A Idade Média é o período histórico compreendido entre 476 e 1453, ou seja, entre a queda do Império Romano do Ocidente e a tomada de Constantinopla. Nesse período, há relatos de um esporte muito parecido com o futebol, embora usasse muito a violência. O soule ou harpastum era praticado na Idade Média por militares que se dividiam em duas equipes: atacantes e defensores. Era permitido usar socos, pontapés, rasteiras e outros golpes violentos. Existem relatos que mostram a morte de alguns jogadores durante a partida. Cada equipe era formada por 27 jogadores. Tais grupos tinham funções diferentes no time: corredores, dianteiros, sacadores e guarda-redes, qual seja, goleiros.
e) O futebol na Itália Medieval. Apareceu um jogo denominado gioco del calcio. Era praticado em praças e os 27 jogadores, de cada equipe, deveriam levar a bola até os dois postes que ficavam nos dois cantos extremos da praça. A violência era muito comum, pois os participantes levavam para campo seus problemas causados, principalmente por questões sociais típicas da época medieval. O barulho, a desorganização e a violência eram tão grandes que o rei Eduardo II teve de decretar uma lei proibindo a prática do jogo, condenando a prisão os praticantes. Todavia, o jogo não terminou, porquanto os integrantes da nobreza criaram-lhe uma nova versão com regras que não permitiam a violência. Nesta nova versão, cerca de 12 juízes deveriam fazer cumprir as regras do jogo.
f) O futebol chega à Inglaterra. Pesquisadores concluíram que o gioco de calcio saiu da Itália e chegou à Inglaterra, por volta do século XVII. Na Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes e foi organizado e sistematizado. A bola era de couro e enchida com ar.
g) O futebol aceito como “profissão”. O profissionalismo no futebol foi iniciado no ano de 1885. ¹ Veja (no tópico 5, item C) a resposta da Palavra de Deus condenando o futebol como profissão aos santos do Altíssimo.
h) O futebol no Brasil. No Brasil, o futebol aparece esporadicamente no fim do século XIX, em partidas jogadas principalmente por marinheiros europeus. O estudante paulistano Charles Miller, que chega em Brasil em 1894 com duas bolas na bagagem após alguns anos de estudo na Inglaterra, é considerado o introdutor oficial do futebol no país. Em 1902 é realizado o Campeonato Paulista, primeira competição oficial disputada em território brasileiro. ²
i) A FIFA. No ano de 1904, foi criada a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association), que organiza até hoje o futebol em todo o mundo. É a FIFA que organiza os grandes campeonatos de seleções, tais como a Copa do Mundo, de quatro em quatro anos. Ela também organiza campeonatos de clubes, por exemplo, a Copa Libertadores da América, Copa da UEFA, Liga dos Campeões da Europa, Copa Sul-Americana, entre outros. ³
j) A Copa do Mundo. Torneio de pouco mais de trinta dias de duração, disputado por selecionados de futebol previamente qualificados, de quatro em quatro anos, em meados do ano, em países escolhidos segundo o critério da FIFA. A ideia da competição surgiu em 1904, porém, só foi concretizada em 1930, quando a Copa se realizou no Uruguai e foi ganha pelo selecionado deste país. Em 1950 aconteceu no Brasil (o Maracanã foi construído especialmente para a sua realização), e a seleção brasileira perdeu a chance de sagrar-se campeã mundial de futebol pela primeira vez, ao perder de 1 a 2 para o Uruguai, quando só dependia do empate. 4 A Copa também é chamada de Mundial.
Exame Bíblico
Desde os primórdios, algo está no âmago do futebol: violência, vingança, morte e exaltação sobre a queda do próximo.
Os registros históricos que envolvem o futebol são macabros e desumanos, a exemplo, o tsu-chu da China — que, após as guerras, em campos, os chineses formavam equipes para chutar as cabeças dos soldados inimigos em duas hastes fincadas e ligadas por um fio de cera; o kemari do Japão — jogo relativo à competição, à rivalidade entre equipes chinesas e japonesas na antiguidade; episkiros da Grécia Antiga e de Roma — árdua rivalidade entre soldados, com bola produzida por bexiga de boi, num terreno retângulo; harpastum de Roma e o soule da França (ambos na Idade Média) — jogos praticados por militares em cujos eram permitidos pontapés, murros, rasteiras e golpes bárbaros; consequentemente, jogadores morriam durante as partidas; cálcio da Itália — jogo de praça em que a bola era levada até dois postes, contudo muito desorganizado, barulhento, vingativo e violento; por conta disso, até o imperador o impediu. Os nobres tentaram organizá-lo para prosseguimento, porém às escondidas tudo permanecia do mesmo modo.
Aí está o retrato do futebol: violência, degolamento, bagunças, vinganças, golpes violentos, desorganização, marginalidade, rivalidades, etc. Os anais da história apontam que o futebol não foi nem será da vontade do Altíssimo. Não há compatibilidade da fé cristã com o futebol. O futebol se iniciou com o retrato exposto acima; no entanto, o Senhor é a paz (Jz 6.24), e Ele concede paz (Nm 6.26). A bênção da paz está disposta a todo o ser humano (Sl 29.11), uma vez que essa é a vontade de Deus aos homens (Lc 2.14). A Bíblia diz: Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens (Rm 12.18). Os servos de Deus são “filhos da paz” (Lc 10.6); logo, não estarão de mãos dadas com o futebol — antro de perdição, violência e mortes.
É mandamento de Cristo amar os inimigos: Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus (Mt 5.44). As Escrituras ordenam: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes (Mc 12.31) — tudo isso não é visto no futebol, desde o princípio até os dias atuais...
O Todo-Poderoso salienta: Não matarás (Rm 13.9); e mais: Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna (1Jo 3.15). Jesus disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha (Jo 18.11). Isso é cumprido nos estádios, nas quadras, nos campos?
Alguém pode objetar: “Hoje o futebol não é mais assim”. Quem falou que não? Os fatos veementemente contrariam essa tese. As pesquisas do sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Murad, atestam:
Nos últimos dez anos, 42 torcedores morreram em conflitos dentro, no entorno ou nos acessos aos estádios de futebol [...] no período de dez anos a média é de 4,2 mortes a cada ano, no período entre 2004 e 2008 o número de mortos totaliza 28 — uma média de 5,6 mortos por ano. A proporção é ainda bem maior se contabilizados apenas os dois últimos anos: 14 mortes ocorreram entre 2007 e 2008, uma média de sete mortos por ano [...] Além do crescimento do número de mortos em conflitos esportivos nos últimos anos, a pesquisa também verificou mudanças na forma dessa violência. Se antes as mortes ocorriam por quedas ou brigas, hoje elas ocorrem geralmente por armas de fogo. Outro dado novo que foi observado nos últimos anos de pesquisa é a marcação dos conflitos e das tocaias contra grupos de torcedores rivais por meio da internet e do site de relacionamentos. ⁵
Em suma, a Bíblia Sagrada não se harmoniza nem mesmo com a raiz futebolística, isto é, a história do futebol; portanto, o que hoje se vê, às claras, é herança do passado! — Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais (1Co 5.11).
Perante a imundícia e os males que perduram no futebol até hoje, a atitude de um filho de Deus é afastar-se definitivamente de tudo que se opõe à Palavra do Senhor; sendo assim, terminantemente, deve-se afastar do futebol e das coisas que o cerca. Ele agirá dessa forma, visto que ama a Jesus em primeiro lugar (Mt 22.37) e não faz parte do sistema pagão e iníquo deste mundo (Jo 17.14,15). O que é isto? — Santidade: Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne: pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade, para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação [...] Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna (Rm 6.19,22; cf. 1Ts 3.13).
Os supostos crentes que torcem, amam e assistem ao futebol, estão debaixo do pecado e sob o jugo, o domínio, a opressão de Satanás (2Tm 2.25,26); os tais precisam de libertação para o Senhor recebê-los como filhos, do contrário apenas possuem o “nome” de cristãos (cf. Ap 3.1) — são pura “fachada”: Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso (2Co 6.17,18).
Bibliografia
¹ História do Futebol. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/futebol/>. Acesso em: 28 maio 2014.
² Almanaque Abril 2009. 35.ª Ed. São Paulo: Abril, p. 252.
³ História do Futebol, idem.
4 SACCONI, Luiz Antonio. Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa: comentado, crítico e explicativo. São Paulo: Nova Geração, 2010, p. 534. Adaptado.
⁵ CRUZ, Elaine Patrícia. Brasil lidera ranking de mortes em confrontos no futebol, aponta estudo. Disponível em: <http://esporte.uol.com.br/futebol/violencia-no-futebol/2009/07/20/ult7499u20.jhtm>. Acesso em: 30 abr. 2014.
2) As Origens do Futebol de Hoje
a) O impedimento. Aparece em 1867. É o espírito do fair play britânico: fica “fora do jogo” (offside) quem adota comportamento furtivo e se esconde nas costas do adversário para fazer o gol. Era preciso haver três adversários entre a linha de fundo e o atacante no momento em que este é lançado.
b) O juiz. O árbitro entra em cena em 1868. Anteriormente, as decisões eram consensuais entre os jogadores ou tomadas por capitães dos times, mas com a criação do impedimento foi preciso que alguém fora do campo tivesse visão abrangente da jogada para saber se ela era legal ou não. O juiz, portanto, nos primeiros jogos do futebol ficava fora do campo e só atuava sob consulta dos times. Apenas em 1881 é que ele passa a atuar dentro do campo.
c) Goleiro. Nos primeiros tempos jogava-se no 1-10, ou seja, um defensor (o back, literalmente “aquele que fica atrás”; diz-se, “beque” em português) e dez atacantes. O jogo estava voltado para a ofensiva total. Em 1862, em Sheffield, um jogador do time foi autorizado a pegar a bola com as mãos. Surgia, ainda que como exceção, o goleiro, chamado também de guarda-redes. Em 1871, a posição é oficializada. Só a partir de 1912 é que ele passa a não poder mais usar as mãos fora da área.
d) Escanteio. É criado em 1872 para tornar o jogo mais ágil e atraente, como forma de, ao mesmo tempo, punir um ato defensivo pouco elaborado e premiar o ataque. No mesmo ano, definiu-se medida e peso da bola do jogo: o espírito padronizador da Revolução Industrial não poderia deixar de se manifestar no futebol.
e) Driblar ou passar? Em 1876, abandona-se o dribbling game, a forma individualista de os ingleses jogarem, no qual o desempenho pessoal era mais importante que o coletivo. A partir de então prevaleceu o passing game, o jogo solidário dos operários escoceses, que provava sua incontestável superioridade: nas 16 primeiras partidas entre os dois selecionados houve dez vitórias da Escócia, quatro empates e apenas dois sucessos na Inglaterra.
f) Duração do jogo. Em 1877 fixou-se a duração de cada partida em 90 minutos, embora fosse aceitável um tempo menor por acordo mútuo. Em 1896, o mundo do futebol aceitou que as partidas podiam ter algum tempo além dos 90 minutos regulamentares. A decisão da International Board assentava-se em dois princípios básicos para a civilização ocidental. De um lado, o critério da justiça. De outro, o critério capitalista, pois o que se faz é uma posição do tempo perdido.
g) O apito. Desde o início, o futebol conheceu práticas que se incorporaram a ele como se fossem outras regras. É o caso do apito do árbitro, usado pela primeira vez em 1878, durante um Nottinghan Forest versus Sheffield United.
h) Demarcação do campo. Da mesma forma que na política da época a delimitação mais exata das fronteiras era a preocupação constante, o futebol estabelece a demarcação do campo em jogo em 1890. O campo ganha fronteiras internas em 1902 com o aparecimento da pequena área, da grande área, do circulo central, da linha central e da marca de pênalti. Em 1913, estabelece-se a distância mínima de 10 jardas (9,14 metros) entre o adversário e a bola na cobrança de falta.
i) O gol. Uma fita começa a ser usada como travessão em 1865. Dez anos depois, impôs-se uma inovação do football praticado em Sheffield: o travessão de madeira substitui a fita. As redes passam a guarnecer os gols só em 1890. Razão esta, também, de o goleiro ser chamado de guarda-redes.
j) O pênalti. Uma interessante tentativa de evitar a concorrência desleal surge em 1891: a cobrança de pênalti. “Seria o pênalti uma expressão metafórica de um fuzilamento?” — pergunta o historiador Hilário Franco Júnior. O suposto modelo militar do pênalti pode explicar a aparente contradição de ele ter sido sugerido por um goleiro, o irlandês William McCrum.
K) O futebol introduzido nos meios de comunicação e a numeração das camisas. Em 1927 começa a era do rádio no futebol: a BBC transmite um jogo pela primeira vez. Na Copa de 1950, disputada no Brasil, uma mudança aparentemente pequena entra em campo: a numeração torna-se obrigatória na camisa dos jogadores. Esse fato expressava um dado novo, de enorme alcance: a crescente importância dos meios de comunicação, que precisa identificar mais facilmente cada jogador. ⁶
3) O Verdadeiro Resultado da Copa do Mundo
O verdadeiro resultado da Copa do Mundo não é aquele que será dado no último jogo, ou seja, na final; mas aquele que, à vista de todos, foi dado pelos gastos em coisas fúteis, banais e supérfluas. Os estádios, que custaram bilhões, ajudarão a atenuar a pobreza, a conter o número de mortes e conceder formação superior a alguém? Portanto, veja o exato resultado do Mundial.
a) Curitiba (PR). Estádio “Arena da Baixada”, com capacidade para 41.456 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 7,8 mil. A Arena Baixada custou 326 milhões de reais. Enquanto isso, em Curitiba, do total de 1.848.942 habitantes:
* a pobreza corresponde 1,7% da população,
* 11,9 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 28,6% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. 7
b) Natal (RN). Estádio “Arena das Dunas”, com aptidão para acolher 42.086 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 9,5 mil. A Arena das Dunas teve o custo de 400 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, em Natal, do total de 853.929 habitantes:
* a pobreza corresponde 10,5% do povo,
* 14,4 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 21,2% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. 8
c) Manaus (AM). Estádio “Arena Amazonas”, com capacidade para 42.374 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 15,7 mil. A Arena Amazonas custou 669 milhões de reais. Enquanto isso, em Manaus, do total de 1.982.179 habitantes:
* a pobreza corresponde 12,9% da população,
* 14,2 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 15,6% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ⁹
d) Cuiabá (MT). Estádio “Arena Pantanal”, com aptidão para acolher 42.968 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 13,2 mil. A Arena Pantanal teve o custo de 570 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, em Cuiabá, do total de 569.831 habitantes:
* a pobreza corresponde 5,3% do povo,
* 15,5 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 24,5% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹º
e) Recife (PE). Estádio “Arena Pernambuco”, com capacidade para 44.248 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 12 mil. A Arena Pernambuco custou 532 milhões de reais. Enquanto isso, no Recife, do total de 1.599.514 habitantes:
* a pobreza corresponde 13,2% da população,
* 15,6 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 19,8% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹¹
f) Salvador (BA). Estádio “Arena Fonte Nova”, com aptidão para acolher 48.747 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 14,1 mil. A Arena Fonte Nova teve o custo de 689 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, em Salvador, do total de 2.883.672 habitantes:
* a pobreza corresponde 11,4% do povo,
* 14,9 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 17,1% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹²
g) Porto Alegre (RS). Estádio “Beira Rio”, com capacidade para 48.849 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 6,7 mil. O Beira Rio custou 330 milhões de reais. Enquanto isso, em Porto Alegre, do total de 1.467.823 habitantes:
* a pobreza corresponde 3,8% da população,
* 11,6 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 25,3% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹³
h) Belo Horizonte (MG). Estádio “Mineirão”, com aptidão para acolher 62.547 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 10,6 mil. O Mineirão teve o custo de 666 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, em Belo Horizonte, do total de 2.479.175 habitantes:
* a pobreza corresponde 3,8% do povo,
* 13% é o número de mortes por mil nascimentos e
* 25,9% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. 14
i) Fortaleza (CE). Estádio “Castelão”, com capacidade para 64.846 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 7,9 mil. O Castelão custou 518 milhões de reais. Enquanto isso, em Fortaleza, do total de 2.551.805 habitantes:
* a pobreza corresponde 12,1% da população,
* 15,8 é o número de mortes por mil nascimentos e
* 16,3% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹⁵
j) São Paulo (SP). Estádio “Arena Corinthians”, com aptidão para acolher 65.807 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 12,4 mil. A Arena Corinthians teve o custo de, aproximadamente, 820 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, em São Paulo, do total de 11.821.876 habitantes:
* a pobreza corresponde 4,3% do povo,
* 13,2% é o número de mortes por mil nascimentos e
* 20% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. ¹⁶
k) Brasília (DF). Estádio “Mané Garrincha”, com capacidade para 68.009 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 20,5 mil. O Mané Garrincha custou em torno de 1 bilhão e 400 milhões de reais. Enquanto isso, em Brasília, do total de 2.789.761 habitantes:
* a pobreza corresponde 4,9% da população,
* 14% é o número de mortes por mil nascimentos e
* 24,6% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior. 17
l) Rio de Janeiro (RJ). Estádio “Maracanã”, com aptidão para acolher 76.804 pessoas. Cada assento nesse estádio sai, em média, R$ 13,6 mil. O Maracanã teve o custo de 1 bilhão e 50 milhões de reais. No mesmo instante em que esse fato acontece, no Rio de Janeiro, do total de 6.429.922 habitantes:
* a pobreza corresponde 5% do povo,
* 13% é o número de mortes por mil nascimentos e
* 20,3% é o número dos jovens (de 18 a 24 anos) no ensino superior
Exame Bíblico
Jesus vaticinou que os pobres sempre existirão (Jo 12.8). O dever do cristão é amar o próximo como a si mesmo (Mc 12.31). Toda a Lei se cumpre nesta só expressão: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.14). Somente é nascido de Deus quem ama o seu semelhante; aquele que não ama o próximo não conhece a Deus, porquanto Deus é amor (1Jo 4.7,8). As Escrituras ensinam que perante o Deus Altíssimo, o ser humano apenas é justificado pela graça mediante a fé (Gl 2.16; Ef 2.8,9); todavia, diante dos homens, o crente é justificado pela fé com as obras (Tg 2.15-18). A prática das boas obras faz parte da vida do verdadeiro salvo em Cristo (Ef 2.10). Aquele que se recusa a ajudar aos necessitados, quando clamar, o Todo-Poderoso não o ouvirá (Pv 21.13). Oprimir os necessitados, deixando-os à míngua, enquanto outros se satisfazem, é um insulto ao Criador (Pv 14.31). Por isso o país vive calamidades, ruínas e desgraças aos mil, pois “o que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições” (Pv 28.27). Quem dá ao pobre empresta ao Senhor, e Ele, riquíssimo em misericórdia, recompensá-lo-á (Pv 19.17). Aquele que faz o bem, colhe a seu tempo (Gl 6.9). A religião pura e imaculada, além de apregoar o Senhor Jesus: único meio de salvação a todos os povos (At 4.12; Hb 2.3), cuida dos desamparados (Tg 1.27).
A Bíblia diz: “Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados” (Pv 31.9). Pense bem: Que valia tem os gastos absurdos em estádios de futebol, ao passo que muitos sofrem de extrema pobreza? Isso não é injustiça? O futebol degrada terrivelmente o ser humano. Para os futebolistas, organizadores e “amantes da bola” — grama, traves, brazuca (a bola da Copa), arquibancadas têm mais valor do que um ser humano feito à semelhança de Deus! (Tg 3.9). Na verdade, tudo isso é cilada, pelas quais roubam os necessitados (cf. Sl 10.9). Logo, a eles, cabe a sentença de Jeová: Se vires em alguma província opressão de pobres, e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e há mais altos do que eles (Ec 5.8).
Segundo a revista Veja, a conta da Copa já se aproxima dos 10 bilhões de reais. ¹⁹ Haja vista, dentre as inúmeras obras sociais, o que poderia ser feito com toda essa fortuna a fim de ajudar a sociedade em geral ²º:
Primeiro, 123 hospitais: Os recursos colocados nos estádios da Copa seriam suficientes para construir 123 hospitais como o Hospital Evandro Freire, inaugurado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em março deste ano. Totalizaria, em média, 6 mil atendimentos mensais.
Segundo, 149 estações de metrô: Os recursos, que estão sendo utilizados para construir os estádios da Copa, seriam suficientes para erguer 149 estações como a Estação São Benedito, em Fortaleza, além de 1.100 metros de linha férrea.
Terceiro, 2.857 creches: Com o dinheiro dos estádios da Copa, seria possível erguer nada menos que 2.857 creches, atendendo 712 mil e 500 crianças.
Quarto, 125 presídios: Com o dinheiro dos estádios da Copa, daria para fazer 125 presídios com capacidade para abrigar 608 detentos por unidade.
Quinto, 641 mil viaturas de polícia: Seria possível adquirir 641 mil e 700 viaturas de polícia com o dinheiro que está sendo gasto nos estádios da Copa.
Sexto, 20 milhões e 300 mil netbooks escolares. Seria possível, com o dinheiro consumido nos estádios da Copa, comprar 20 milhões e 300 mil netbooks para as escolas.
Sétimo, pavimentação de 10 mil e 600 quilômetros de rodovias. Dos cerca de 1 milhão e 600 mil quilômetros de rodovias existentes no país, apenas 200 mil quilômetros são asfaltados. Caso fosse usado os R$ 7 bilhões injetados nos estádios da Copa, seria possível pavimentar mais 10 mil e 600 quilômetros.
Ao invés dos possuídos pelo “espírito do mundo” (cf. 1Co 2.12) — que às vezes se intitulam “cristãos, mas não o são (2Co 11.13-15; 1Tm 5.6; Tg 4.4) — irem ao estádio, torcerem pela televisão, vestirem-se a rigor e apoiarem-na, deveriam seguir estas exortações: Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres: o que também procurei fazer com diligência (Gl 2.10); Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquEle que o alistou para a guerra (2Tm 2.4); Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina (2Tm 4.2). Isso é bom-senso, e não fanatismo: Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada para sempre (Sl 37.27). A Copa do Mundo é maligna — um instrumento do Diabo para degradar a coroa da criação: o homem (Sl 8.5-9), e valorizar monumentos, bolas, grama, traves, troféus, etc.
Na visão dos organizadores do Mundial, é melhor gastar quase 10 milhões com estádios do que ajudar não só os necessitados, mas fazer benfeitorias para a sociedade de forma geral. Em que a Copa do Mundo e o futebol contribuem para a humanidade? — Em nada, absolutamente nada! No entanto, o Senhor zela pela sociedade sofredora: “Levanta-te, Senhor: ó Deus, levanta a Tua mão; não te esqueças dos necessitados” (Sl 10.12).
O Mundial, no momento, é a imagem mais exata do saco furado descrito em Ageu 1.6: Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe salário num saco furado. Ela desvaloriza o ser humano, reduzindo-o ao nada.
Bibliografia
⁶ Almanaque Abril 2009, pp. 250, 251. Adaptado.
7 Almanaque Abril 2014. 40.ª Ed. São Paulo: Abril, pp. 260, 261, 690.
8 Almanaque Abril 2014, pp. 260, 261, 697.
⁹ idem, pp. 260, 261, 672.
¹º idem, pp. 260, 261, 683.
¹¹ id., pp. id., 692.
¹² id., pp. id., 674.
¹³ ibidem, pp. id., 698.
14 ibidem, pp. id., 687.
¹⁵ ibid., pp. id., 677.
¹⁶ ibid., pp. id., 704.
17 ibid., pp. id., 678.
18 ibid., pp. id., 695.
¹⁹ ZALIS, Pieter. Novos gastos elevam custo da Copa para quase R$ 10 bilhões. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/novos-gastos-elevam-custo-da-copa-para-quase-r-10-bilhoes>. Acesso em 27 maio 2014.
²º O que poderia ser feito com o dinheiro dos estádios da Copa. Disponível em: <http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/esporte/2013/04/04/o-que-poderia-ser-feito-com-o-dinheiro-dos-estadios-da-copa.htm?fotoNav=1#fotoNav=1>. Acesso em 27 maio 2014.
4) A Voz da História: Os Cristãos do Primeiro Século Não Participavam de Jogos e Esportes
a) A Igreja é a Ekklesia de Deus. Quando os autores do Novo Testamento escreveram sobre a Igreja, o Espírito Santo os inspirou (2Pd 1.21) a usarem a palavra Ekklesia cerca de 112 vezes. Esta palavra encerra em si só o sentido: “chamado para fora”, expressão em que tudo coincide com aquilo que a Bíblia fala sobre a Igreja.
b) Do povo que Deus “chamou para fora”, Ele fez “um povo Seu e especial” (Tt 2.14). A Bíblia diz que esse povo foi feito “uma geração eleita, um povo adquirido” (1Pd 2.9; Ex 15.16,17). “Um povo que formei para Mim, que Me desse louvor” (Is 43.21). Quando Deus disse: “Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo” (2Co 6.16), impôs como condição que se apartassem da “Babilônia deste mundo” e não “tocassem em nada imundo” (2Co 6.14-18). É este povo, o povo que foi salvo do mundo a fim de viver para o Senhor, que é a verdadeira Ekklesia — a Igreja de Deus — tão preciosa aos olhos dEle! As Escrituras dizem que Ele a escolheu para o Seu tesouro especial (Sl 135.4), e Seu particular tesouro (Ml 3.17). ²¹
c) Os crentes primitivos, participantes da Ekklesia — chamados para fora do mundo — condenavam quaisquer jogos e esportes. Os cristãos primitivos não se entregaram aos esportes e aos jogos de Roma. O historiador Minúcio Félix cita, em seus escritos, um romano que disse a um cristão: “Não vais a espetáculo, nem participas de procissão e detestas os jogos sagrados”. Igualmente o historiador Tácito, destaca que os cristãos eram considerados os “odiosos da humanidade” — isto é, eles se apartavam terrivelmente do esportismo e das jogatinas que chegavam a “inspirar profunda aversão, antipatia, desprezo, asco ou nojo”. As palavras de Jesus, em João 15.19, cumpriam-se neles: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”. Definitivamente o estilo de vida deles — em virtude da fé que abraçaram — abstinha-os de jogos, de esportes, de teatros e de lazer; de fato, a vida social e cultural do Império Romano girava em torno dos deuses pagãos. O estopim de jogos e esportes remonta à idolatria e ao paganismo. Logo, o salvo não deve assentar-se à mesa do Senhor e à mesa dos demônios (1Co 10.20,21). ²²
e) O exemplo dos primeiros cristãos sobrevive até hoje. A Igreja — a coluna e a firmeza da verdade (1Tm 3.15) — foi edificada sobre o fundamento dos apóstolos, sendo Cristo a pedra principal (Ef 2.20). Essa repugnância (extrema aversão) aos jogos fazia parte da “doutrina dos apóstolos” (At 2.42), pela qual seguiam à risca a recomendação apostólica de Atos 2.40: “Salvai-vos desta geração perversa”. Se os crentes do século I, que ajudaram erguer a Igreja — edifício espiritual de Cristo, tinham tal proceder na época em que os jogos, esportes, campeonatos, competições e tetros fervilhavam no Império Romano, como hoje os cristãos deitam por terra esse fundamento, envolvendo-se com o futebol e outros jogos? A finalidade da Igreja na Terra é outra: não é se envolver com futebol nem com Copa do Mundo! Ela foi chamada para fora do sistema iníquo, pagão e diabólico deste mundo. Muitos “evangélicos” de hoje têm o mesmo proceder dos ímpios e endemoninhados do Império Romano; além do quê, odeiam os santos do Senhor que se abstêm do futebol, tachando-os de “cafonas, antiquados, antigos, retrógrados e pessoas dos tempos passados”, transformando-os, atualmente, nos odiosos da humanidade! Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas: mas eles dizem: Não andaremos (Jr 6.16).
Bibliografia
²¹ Coleção Lições Bíblicas: Vol. 9 — 1976-1980. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 693. Texto adaptado.
²² MANGE, Johny. A Modéstia Cristã. Disponível em: <http://www.igrejadafeapostolica.com/#!modestia
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