Por Johny Mange
1) Vida eterna — a
Suprema Ventura dos Santos
a) Cristo: promessa de perdão e
salvação. Não há justificativa para aqueles que tiram a própria vida.
Quando o homem se arrepende e aceita Jesus como Senhor e Salvador, recebe
naquele exato momento o perdão de todos os pecados dantes cometidos (At 3.19).
Crendo no Filho de Deus, teremos vida em Seu Nome (Jo 20.31). Por isso, ninguém
e nada têm mais poder sobre o ser humano: problemas, dificuldades, frustrações,
injustiças, enfermidades e, principalmente, o suicídio (Jo 16.33; 1 Jo 4.4).
b) O gozo dos
santos. Uma das virtudes do Fruto do Espírito é o gozo —
alegria inexplicável outorgada pelo Espírito de Cristo ao salvo; é a felicidade
da salvação (Gl 5.22; Jo 17.13). Na decisão, que é subsequente à hora do apelo,
crendo e confessando do fundo do coração, o ser humano recebe a vida eterna (Rm
10.9,10).
c) A vida eterna — o maior
bem dos salvos: Vida Eterna é a existência que se seguirá à ressurreição,
não podendo mais ser limitada nem pelo tempo nem pelo espaço (Lc 20.30-35).
Suprema bem-aventurança dos santos. Galardão dos galardões! É a comunicação
plena da vida de Deus à nossa vida. Não é apenas quantitativa: é, sobretudo,
qualitativa. Representa o maior dos anseios do ser humano: estar
permanentemente ao lado de Deus. Quanto à vida eterna: 1) Foi prometida por
Cristo a todos os que O aceitam (Mt 19.29); 2) É o prêmio dos justos (Mt 25.46);
3) É o resultado do amor de Deus (Jo 3.15,16); 4) É a preocupação do ser humano
(Jo 10.17). No além, embora os ímpios estejam imunes à morte, sua existência
não é chamada de vida eterna, mas de eterno tormento. A vida eterna só é
possível ao lado de Cristo.
d) A vida eterna
contrapõe as artimanhas do suicídio. Em face disso, as dificuldades e as
lutas desta vida não nos podem desvanecer e fazer-nos chegar ao cúmulo do
suicídio. A vida eterna, por si só, dá-nos a esperança da felicidade plena e
absoluta que nem o dinheiro nem os bens terrenos podem comprar (Mt 6.19-21).
2) Deus: o Autor da vida
Deus é o autor da vida (Sl
36.9). O poder para conceder e tomar a vida está nas mãos do Senhor (Jo 10.18).
Ainda quando o Inimigo mata (Jo 10.10) o faz sob a permissão de Deus (Jó
1.6-12). Isso ocorre porque a pessoa rejeitou o perdão e as oportunidades
concedidas pelo Todo-Poderoso (Ap 3.20; 1Jo 4.9; Dt 30.19).
3) A definição de suicídio e a conclusão desse ato
O que é um suicida? É a
pessoa que, voluntariamente, dá cabo da própria vida, isto é, dá-lhe fim,
elimina-a; é aquele que se mata. Para receber perdão tem de haver
arrependimento, logo, como se arrependerão os suicidas? Pense! E
tem mais, a Escritura diz: Não matarás (Êx 20.13; Rm 13.9).
Portanto, concluímos que não podem herdar o Reino de Deus as pessoas que
cometem suicídio, pois ao desejarem dar as suas vidas pelo regaste de suas
almas (Mc 8.37), quer dizer, acharem que a melhor solução é a morte,
que as eliminando cessará o sofrimento, entregam-nas, de livre e espontânea
vontade, ao Diabo, que mata, rouba e destrói (Jo 10.10).
4) Os suicídios descritos na Bíblia
Referente ao suicídio,
entendemos a delicadeza do assunto. Muitos nem gostam de mencioná-lo. Porém
estamos esclarecendo-o à luz da Palavra de Deus! Há vários casos de suicídio na
Bíblia Sagrada, mas todos foram reprovados por Deus:
* Abimeleque, filho de
Gideão, mandou o moço que levava as suas armas matá-lo, porque fora ferido por
uma mulher (Jz 9.54);
* Aitofel se
enforcou depois que seu conselho foi rejeitado pelo filho de Davi, Absalão (2 Sm
17.3);
* O rei Saul se
suicidou após perder a batalha para os filisteus (1 Sm 31.4);
* O escudeiro
(pajem de armas) de Saul, vendo-o morto, deu cabo da própria vida (1 Sm 31.5);
* Judas Iscariotes, um dos
12 apóstolos de Cristo (Mc 14.10), havia-se desviado dos caminhos do Senhor (At
1.25), a trair Jesus (Mt 27.3,4); por conseguinte, enforcou-se (Mt 27.5) e
converteu-se no filho da perdição (Jo 17.12);
* Zinri, cujo
queimou o palácio sobre si, dando cabo, voluntariamente, da sua vida (1Rs
16.18).
5) O juízo divino sobre o suicida
O suicida atrai o juízo de
Deus sobre si. A Palavra do Senhor assevera: O vosso corpo é o templo
do Espírito Santo... Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá;
porque o templo de Deus, que sois vós, é santo (1Co 6.19; 3.17).
É digno de nota salientar que
“destruirá”, no texto citado, não é “exterminará”, “desaparecerá” ou “deixará
de existir”; todavia, a palavra destruir é apollumi, em grego, e o
sentido bíblico, nesse caso, é diferente: causará ruína, perderá o
bem-estar, ou seja, a plena satisfação e conforto – um desassossego
incontrolável no espírito. Em resumo, quem se suicida sofrerá,
inacabavelmente, ruína, tormento e perturbação irrefreáveis da consciência (Lc
16.23,24). A personalidade continua no futuro: sentimentos, conhecimento,
visão, raciocínio e memória. Essas faculdades auxiliarão no tormento eterno do
suicida (Mt 25.46; Lc 16.23-31), o qual se lembrará que teve a oportunidade de
entregar-se a Jesus; entretanto, preferiu dar a alma a Satanás.
Tradução livre de 1Coríntios 3.17
Tradução livre é a que se
faz pelo sentido do texto, pelas ideias do texto original, e não ao pé da
letra, em oposição à tradução literal. Em tradução livre, 1Coríntios 3.17, fica
assim: Se alguém destruir o templo de Deus [exterminar-se,
deixar de existir, isto é, suicidar-se, tirar a própria vida], Deus o
destruirá [vai fazê-lo perder o bem-estar, sofrer a ruína do inferno e
a perturbação da consciência eternamente]; porque o templo de Deus [o
corpo], que sois vós [a nossa vida], é santo.
Bibliografia
ANDRADE, C. C. Dicionário
de Escatologia Bíblica: Os vocábulos e expressões mais significativos
da Doutrina das Últimas Coisas. 2.ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 176.
Adaptado.
SACCONI, L. A. Grande Dicionário
da Língua Portuguesa: Comentado, Crítico e Enciclopédico. São Paulo: Nova
Geração, 2010, p. 1985.
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